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A megaterra divulgada ontem por astrônomos americanos impressionou? Espere até ver este aqui: um planeta potencialmente habitável — com toda probabilidade rochoso, como a Terra, e capaz de ter água líquida — a apenas 13 anos-luz de distância. Não só é o mundo com possibilidade de abrigar vida mais próximo já descoberto como também é o mais velho deles. O achado acaba de ser publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”.
Orbitando ao redor da Estrela de Kapteyn, uma anã vermelha na constelação do Pintor, o novo planeta tem cerca de cinco vezes a massa terrestre. É um bocado, se comparado ao nosso mundo, mas ainda assim ele dá toda a pinta de ser similar à Terra em composição. Kapteyn b, como acabou batizado, completa uma volta em torno de sua estrela a cada 48 dias terrestres, o que o coloca na distância exata de sua estrela-mãe para permitir a existência de água em sua superfície. Os cientistas tratam essa como a condição essencial para o estabelecimento da vida.
A questão é: há ou houve seres vivos em Kapteyn b? Olha só, no momento, ninguém sabe. O que já podemos dizer é que tempo para eles evoluírem não faltou. Ao que tudo indica, a Estrela de Kapteyn nasceu cerca de 11,5 bilhões de anos atrás. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, é duas vezes e meia a idade da Terra! Caso a vida tenha surgido por lá com a mesma rapidez que por cá, houve tempo de sobra para que a evolução produzisse criaturas complexas e, quiçá, uma civilização avançada. Aliás, pressupondo um ritmo evolutivo similar ao terrestre, teria dado tempo para isso tudo acontecer antes mesmo que o Sistema Solar iniciasse sua formação, 4,6 bilhões de anos atrás!
A pedido dos descobridores (liderados por Guillem Anglada-Escude, da Universidade Queen Mary de Londres), o astrônomo e escritor de ficção científica Alastair Reynolds fez uma reflexão similar a essa e escreveu um pequeno conto sobre como seria o encontro de uma sonda robótica enviada pela humanidade a Kapteyn b com as ruínas de uma sociedade alienígena avançada que teria florescido lá muito tempo atrás. (Se você domina o inglês, o texto pode ser encontrado aqui e vale a pena. O final é de matar.)
O Mensageiro Sideral, por sua vez, está preparando uma reportagem completa sobre a descoberta (que inclui fatos curiosos, como a presença de um segundo planeta, maior e mais frio, no mesmo sistema, e a possibilidade de que a Estrela de Kapteyn tenha se originado em outra galáxia 11 bilhões de anos atrás e somente mais tarde migrado para a nossa Via Láctea!). Confira todos os detalhes na Folha desta sexta-feira. E, claro, fique ligado neste espaço para desdobramentos desse achado empolgante.

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