Uma série de historiadores brasileiros buscam colocar a luta contra a ditadura simplesmente como a luta de todo o povo brasileiro contra um regime autoritário, onde se buscava a construção de uma sociedade democrática. O que é verdade.
No entanto, parte da verdade. Embora tenha tomado a forma de uma operação militar, como todo golpe, comandada por oficiais das altas patentes das Forças Armadas, o movimento foi, não somente orquestrado por setores da burguesia nacional e do imperialismo norte-americano, mas coordenado diretamente pela CIA, o Departamento do Estado e a embaixada norte-americana.
Seu objetivo central era derrotar a classe operária e pavimentar o caminho para o projeto de “modernização econômica”, que depois veio a se chamar “milagre econômico”. Condição necessária para a maior exploração da classe trabalhadora. 
O terror burguês na forma de uma ditadura era imprescindível para impor uma política de concentração de renda e de entrega da economia nacional ao imperialismo. Por isso, os EUA estiveram diretamente envolvidos na conspiração, iniciada no governo do John Kennedy e implementada por Lincoln Johnson, o embaixador Lincoln Gordon e o general Walters. 
Chegaram inclusive a organizar a “Operação Brother Sam”, com o deslocamento de tropas militares imperialistas para a costa brasileira para caso houvesse alguma resistência ao golpe. 
Não houve praticamente resistência, pois João Goulart colocou a garantia da ordem burguesa acima de suas aspirações pessoais. E o PCB, o maior partido operário na época, que vinha sistematicamente capitulando ao governo, apoiando as reformas de base, não somente ficou prostrado, mas foi contra qualquer reação. Prestes se manifestou claramente contra a greve geral chamada pela CGT, pois “daria margem a provocações e seria desnecessária, pois o governo tinha força militar para sufocar o levante”. [1]

EUA patrocinaram o Golpe

O dinheiro do imperialismo entrava via IBAD e IPES para a agitação contra - revolucionária. Um dos principais “cérebros” do IPES era o general Golbery de Couto e Silva. A partir daí, financiavam campanhas parlamentares com dinheiro que vinha diretamente dos bancos Royal Bank of Canadá, Bank of Boston e First National City Bank.
Quem depositava em suas contas eram empresas como Texaco, Shell, Esso Brasileira, Standard Oil of New Jersey, Texas Oil Co, Gulf Oil Bayer, Enila, Shering, Ciba, Cross, General Eletric, IBM, Remington Rand, AEG, Coty, Coca-Cola, Standard Brands, Cia de Cigarros Souza Cruz, Belgo Mineira, US Stell, Hanna Mining Corp, Bethlehem Stell, General Motors, Willy Overland e o IBEC. [2] A coordenação geral ficava por conta de David Rockefeller que liderava o Council of The Américas.[3]
O IPES mantinha contatos com a grande imprensa, particularmente, os Diários associados de Assis Chauteaubriand, a Folha de São Paulo, de Octavio Frias, o Estado de São Paulo e o Jornal da Tarde dos Mesquitas; a Radio Eldorado, TN Record, TV Paulista, Jornal do Brasil, Correio do Povo, as Organizações Globo de Roberto Marinho, a Tribuna de Imprensa de Carlos Lacerda, e o Noticias Populares de Hebert Levy.[4] Hebert Levy também era banqueiro do grupo Itaú, vinculado a interesses estrangeiros.[5]
Patrocinavam o centro de pesquisas da PUC e o curso de ciências políticas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campinas. Desenvolveu a Associação Cristã de Moços e a União dos Escoteiros do Brasil liderada por Frei Daniel. E os Círculos Operários da Universidade Católica de Campinas.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/historiadores-afirmam-que-os-eua.html#ixzz3WIxH0TNL

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